Alzheimer: o impacto da doença na vida familiar e a importância do planeamento antecipado

O Alzheimer é uma das doenças neurodegenerativas mais desafiantes do nosso tempo.

Segundo a Alzheimer Europe, estima-se que mais de 200 mil pessoas vivem com demência em Portugal – e, em termos mundiais, a maioria dos casos está associada ao Alzheimer.

Trata-se de uma doença que não afeta apenas quem recebe o diagnóstico. Ela  transforma a vida das famílias, exigindo uma nova rotina de cuidados, adaptações financeiras e uma grande dose de resiliência emocional.

 

Sinais de Alerta e Boas Práticas para prevenir ou atrasar a doença

A demência é uma doença que não se tem certeza de seu aparecimento. Apresentar os sintomas, muitas vezes, podem ser confusos por parecerem muito com sinais de envelhecimento. Já a propensão de apresentar demência pode estar relacionada à genética e aos hábitos que teve em vida.

Alguns sinais para ter atenção:

 

Sintomas a que deve estar atento:

O Alzheimer pode ser confundido, sobretudo no início, com sinais naturais de envelhecimento. Contudo, existem alguns sinais de alerta importantes:

  • Perda de memória: inicialmente, esquecimentos de informações recentes; com a progressão, datas importantes ou perguntas repetidas.
  • Dificuldades em planear ou resolver problemas: perda de capacidade de concentração e de executar tarefas simples como gerir contas ou organizar o dia.
  • Desorientação no tempo e no espaço: dificuldade em compreender a passagem do tempo, esquecer-se de onde está ou como chegou lá.
  • Afastamento social e profissional: abandono de passatempos, atividades de lazer e até projetos de trabalho.

Boas práticas para prevenir ou atrasar a doença

Embora não exista uma forma de prevenção garantida, alguns hábitos de vida podem reduzir o risco ou atrasar a evolução da demência.

  • Manter o cérebro ativo: ler, estudar, praticar jogos de lógica e estimular a memória.
  • Cultivar relações sociais: manter contacto com amigos, família e comunidade.
  • Dormir bem: noites de sono regulares e de qualidade favorecem a saúde cerebral.
  • Controlar doenças crónicas: como hipertensão, diabetes e colesterol.
  • Praticar exercício físico: fortalece corpo e mente.
  • Evitar tabaco, álcool e excessos alimentares: hábitos nocivos aumentam o risco de desenvolvimento da doença.

 

O impacto na vida familiar

Quando um familiar é diagnosticado com Alzheimer, toda a família é chamada a adaptar-se:

  • Cuidados diários: a perda progressiva de autonomia implica acompanhamento próximo, que muitas vezes recai sobre familiares.
  • Sobrecarga emocional: ver alguém próximo perder memórias e capacidades traz tristeza, frustração e ansiedade.
  • Reorganização da vida pessoal e profissional: muitos cuidadores reduzem horas de trabalho ou abandonam carreiras para assumir cuidados.

Estudos mostram que cuidadores de pessoas com Alzheimer têm maior risco de depressão e exaustão física. O apoio institucional e comunitário torna-se essencial para manter a saúde integral de todos os envolvidos.

 

O peso financeiro dos cuidados

O Alzheimer também tem custos que vão além da saúde emocional:

  • Despesas com consultas especializadas e medicação.
  • Possibilidade de necessidade de acompanhamento domiciliário ou lares especializados.
  • Alterações no espaço físico da casa para maior segurança.

De acordo com dados da Alzheimer Portugal, o custo médio anual dos cuidados pode atingir vários milhares de euros por família.

 

O valor do planeamento antecipado

É por isso que falar sobre Alzheimer é também falar sobre planeamento.
Quanto mais cedo as famílias organizarem apoio e um plano que proteja todos no futuro, melhor será a qualidade de vida para todos os familiares.

O planeamento pode incluir:

  • Estar atento a sinais precoces da doença e procurar diagnóstico rápido.
  • Conhecer os apoios disponíveis em Portugal, como programas da Segurança Social e associações de apoio a cuidadores.
  • Avaliar antecipadamente opções de acompanhamento especializado e recursos financeiros que poderão ser necessários.

Planeamento não elimina a dor, mas diminui a sobrecarga prática e emocional que surge quando tudo acontece de forma inesperada.

 

A mensagem essencial

O Alzheimer não é apenas uma doença da memória. É uma realidade que transforma vidas, famílias e relações.
Falar sobre ele com antecedência, preparar-se e procurar informação é uma das formas mais genuínas de proteger quem mais importa.

 

 

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